quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

HOMENS, MULHERES E FILHOS - STC 5 - Redes de Informação e Comunicação


Trabalho conjunto da Turma A
Área de Competência: Sociedade Tecnologia e Ciência
Unidade de Competência: 5 – Redes de Informação e Comunicação


reflexão
FILME: HOMENS, MULHERES E FILHOS
 

Realizador: Jason Reitman
Categoria: Comédia dramática
Estreia: 3 outubro 2014 (EUA)
Atores: Adam Sandler; Jennifer Garner; Ansel Elgort….


Exibido no Festival Internacional de Toronto em 2014


Em algumas sessões de STC visualizámos, com a professora Clara Costa, o filme “Homens, Mulheres e Filhos”, integrado na unidade de competência 5 – Redes de Informação e Comunicação.
O filme é baseado no romance com o mesmo nome escrito por Chad Kultgen. O autor criou uma rede de personagens que levam vidas comuns e aparentemente normais, mas, no fundo, repletas de neuroses, fraquezas, pudores, perversões, inseguranças, ingenuidades, e cujo comportamento é influenciado diretamente pelos mídia e pelo mundo virtual. Neste filme existe um personagem para cada um de nós, abrindo uma janela para mostrar, de um jeito direto, honesto, às vezes trágico, algumas vezes cómico, como funciona a cultura emocionalmente traiçoeira em que vivemos. Apresenta um argumento que entretém e ao mesmo tempo faz pensar…
 O filme apresenta um grupo de adolescentes e os seus pais, os quais tentam navegar e integrar a sua relação numa era definida inteiramente pelas redes sociais, encontros on-line e gratificações instantâneas. Neste filme descobre-se o tão pouco que sabemos sobre as pessoas nos dias de hoje, embora a internet esteja sempre presente e tudo seja exposto on-line. Os adultos e os adolescentes amam, sofrem e relacionam-se, compartilhando tudo pela internet. Nesta grande rede em que o mundo se transformou, o conceito de sociedade e a interacção social ganham um novo significado. O filme relata algumas situações como uma mulher que agenda pela Web encontros com parceiros desconhecidos; uma adolescente que publica fotos em poses sensuais; um rapaz que é viciado em jogos on-line; um homem que usa o PC do seu filho para aceder a sites pornográficos; um casal que não tem intimidade; uma garota anoréxica; um adolescente que vive no mundo da pornografia virtual; e uma mãe que controla todas as comunicações virtuais da filha com receio que algo de mau possa acontecer.
A internet veio mudar o mundo, o modo de se comunicar. Todos os setores da sociedade sentem essa mudança. Os relacionamentos e os afetos, quer para os jovens quer para os seus pais, são agora vividos e sentidos de forma muito diferente.
É interessante verificar que no filme não existem moralismos, não há certo ou errado. As fragilidades dos personagens são um espelho da realidade, assim como a caraterização da envolvente social e afetiva, principalmente a exposição que a internet permite e da qual é inevitável fugir. A internet tem vantagens e desvantagens. É preciso ser inteligente e repensar o modo de se viver e de se interagir com o instrumento poderoso que é a internet.
O filme faz-nos repensar a forma de estar com os outros e connosco, a importância de um abraço, de uma conversa cara a cara, de um sorriso, a importância de preservar a nossa intimidade, a importância dos afetos… do “calor humano”.
Um aspeto que também importa referir é que o filme inicia e termina fazendo alusão ao “Pálido ponto azul” de Carl Sagan. Trata-se da foto da Terra, tirada a 6,4 bilhões de quilómetros de distância, mostrando-a como um "pálido ponto azul" na granulada imagem. A foto foi tirada da sonda  Voyager 1 em 1990. Essa foto acabou por inspirar Carl Sagan a escrever o livro Pálido Ponto Azul em 1994.
Numa conferência em 11 de Maio de 1996, Sagan falou das suas reflexões sobre a impressionante foto. Pela beleza e profundida do seu discurso, aqui fica um excerto:

“Olhem de novo esse ponto. É aqui, é a nossa casa, somos nós. Nele, todos a quem ama, todos a quem conhece, qualquer um sobre quem você ouviu falar, cada ser humano que já existiu, viveram as suas vidas. O conjunto da nossa alegria e nosso sofrimento, milhares de religiões, ideologias e doutrinas económicas confiantes, cada caçador e coletor, cada herói e covarde, cada criador e destruidor da civilização, cada rei e camponês, cada jovem casal de namorados, cada mãe e pai, criança cheia de esperança, inventor e explorador, cada professor de ética, cada político corrupto, cada "superestrela", cada "líder supremo", cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu ali - em um grão de pó suspenso num raio de sol.
A Terra é um cenário muito pequeno numa vasta arena cósmica. Pense nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores, para que, na sua glória e triunfo, pudessem ser senhores momentâneos de uma fração de um ponto. Pense nas crueldades sem fim infligidas pelos moradores de um canto deste pixel aos praticamente indistinguíveis moradores de algum outro canto, quão frequentes seus desentendimentos, quão ávidos de matar uns aos outros, quão veementes os seus ódios.
As nossas posturas, a nossa suposta autoimportância, a ilusão de termos qualquer posição de privilégio no Universo, são desafiadas por este pontinho de luz pálida. O nosso planeta é um grão solitário na imensa escuridão cósmica que nos cerca. Na nossa obscuridade, em toda esta vastidão, não há indícios de que vá chegar ajuda de outro lugar para nos salvar de nós próprios.
A Terra é o único mundo conhecido, até hoje, que abriga vida. Não há outro lugar, pelo menos no futuro próximo, para onde a nossa espécie possa emigrar. Visitar, sim. Assentar-se, ainda não. Gostemos ou não, a Terra é onde temos de ficar por enquanto.
Já foi dito que astronomia é uma experiência de humildade e criadora de caráter. Não há, talvez, melhor demonstração da tola presunção humana do que esta imagem distante do nosso minúsculo mundo. Para mim, destaca a nossa responsabilidade de sermos mais amáveis uns com os outros, e para preservarmos e protegermos o "pálido ponto azul", o único lar que conhecemos até hoje.”

Excertos de uma entrevista realizada ao realizador Jason Reitman:
- Não encaro a internet como uma coisa ruim ou boa. Vejo-a como um reflexo de quem somos e do que queremos, é um lugar onde seguimos nossas curiosidades e desejos. Mas acho que, daqui a alguns anos, vamos olhar para trás e pensar como éramos tolos em lidar com a internet. Vamos perceber que, hoje, estamos no escuro sem saber o que fazer com as suas possibilidades.
- Acho que hoje são raras as pessoas que não estão conectadas. Utilizamos a internet para fazermos negócios, para nos aproximarmos de amigos e família e para lidarmos com a vida. Por isso, certamente, aproveitamos menos alguns momentos. Por exemplo, às vezes o prazer de uma boa refeição é substituído pela necessidade de tirar uma foto da comida. Também é comum que agente busque relacionamentos on-line para aumentar a nossa autoconfiança. Há uma busca constante por afecto na internet.


Trabalho de Grupo da Turma EFA  NS A 

 
 

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