terça-feira, 26 de abril de 2016

“Aquilo que agrada ao nosso gosto não é necessariamente uma obra de arte.”


Aquilo que agrada ao nosso gosto não é necessariamente uma obra de arte.”
Quando se fala em arte temos tendência para pensarmos em alguma coisa bela esquecendo-nos que o feio também está expresso nas obras de arte. Por isso, ao observamos uma verdadeira obra de arte, ela pode ser considerada muito bela e quando nós olhamos simplesmente não vemos nada de belo, isto é, não vai de encontro ao nosso gosto.
E ncontramos vários exemplos de obras de arte na escultura, na música, na pintura, entre outras.
Escultura - “El-Rei D. Sebastião” - em Lagos, feita pelo escultor João Cutileiro

Localizada na Praça Gil Eanes, esta escultura é da autoria de João Cutileiro. Inaugurada em 1973, perpetua a memória de D. Sebastião que elevou Lagos a cidade em 1573 e daqui partiu, em 1578, à conquista de Alcácer Quibir, na fatal expedição militar a Marrocos. Em torno do desaparecimento do rei formou-se o "Mito do Sebastianismo" que perdurou na memória do povo, na literatura e na filosofia portuguesa até aos dias de hoje. O povo recusando-se a encarar o trágico e fatal destino do rei, acreditava que este haveria de voltar num dia de nevoeiro.

 
http://www.cm-lagos.pt/portal_autarquico/lagos/v_pt-  PT/menu_turista/cultura/cultura_patrimonio/artistico/arte_publica/
Pintura Muralista - Arte urbana
Portugal está a transformar-se num dos países mais importantes desta arte, porque há mais paredes, há mais liberdade, o que faz com que artistas de renome sejam atraídos para realizarem trabalhos”
Edifícios e muros devolutos da cidade de Lagos estão a ganhar “nova vida” com mega pinturas.
Foi uma das músicas que pretendia, clandestinamente, divulgar a repressão que se vivia. A música interpretada por Fernando Tordo no Festival da Canção em 1973 e escrita por Ary dos Santos, em 1972 foi um ataque bem sucedido, por ter obtido a classificação de 1º lugar no festival, que se tornou um dos símbolos mais marcantes da luta contra o poder vigente antes do 25 de Abril de 1974. Anteriores a 1974 muitas das músicas são uma metáfora do que se passava com a ditadura no país.
http://www.postal.pt/2015/09/arte-urbana-da-nova-vida-lagos/
Na música temos, como exemplo, a canção “A Tourada”
Foi uma das músicas que pretendia, clandestinamente, divulgar a repressão que se vivia. A música interpretada por Fernando Tordo no Festival da Canção em 1973 e escrita por Ary dos Santos, em 1972 foi um ataque bem sucedido, por ter obtido a classificação de 1º lugar no festival, que se tornou um dos símbolos mais marcantes da luta contra o poder vigente antes do 25 de Abril de 1974. Anteriores a 1974 muitas das músicas são uma metáfora do que se passava com a ditadura no país. 
          Não importa sol ou sombra
camarotes ou barreiras
toureamos ombro a ombro
as feras.
           
            Ninguém nos leva ao engano
toureamos mano a mano
só nos podem causar dano
espera.
Entram guizos chocas e capotes
e mantilhas pretas
entram espadas chifres e derrotes
e alguns poetas
            entram bravos cravos e dichotes
porque tudo o mais
são tretas.
          
            Entram vacas depois dos forcados
          que não pegam nada.
            Soam brados e olés dos nabos
            que não pagam nada
            e só ficam os peões de brega
            cuja profissão
            não pega.

Com bandarilhas de esperança
afugentamos a fera
estamos na praça
da Primavera.

Nós vamos pegar o mundo
pelos cornos da desgraça
e fazermos da tristeza
graça.

Entram velhas doidas e turistas
entram excursões
entram benefícios e cronistas
entram aldrabões
entram marialvas e coristas
entram galifões
de crista.

Entram cavaleiros à garupa
do seu heroísmo
entra aquela música maluca
do passodoblismo
entra a aficionada e a caduca
mais o snobismo
e cismo...

Entram empresários moralistas
entram frustrações
entram antiquários e fadistas
e contradições
e entra muito dólar muita gente
que dá lucro as milhões.
E diz o inteligente
que acabaram asa canções.


Com estes exemplos consegui perceber e explicar que aquilo que agrada ao nosso gosto pode não ser uma obra de arte ou pode não agradar aos outros.
Sabemos que a escultura de “El-Rei D. Sebastião” veio substituir um vaso de flores até então ai existente, a primeira reação da população foi “O que é ele tem na cabeça? Parece um penique (penico)!” e, por fim, ficou conhecida como “a estátua do maricas”. No entanto, o escultor é uma pessoa conceituada a nível nacional e internacional. Este escultor ficou conhecido como o escultor das formas provocadoras. Para mim, esta estátua é um exemplo de como o feio também é arte.

No que diz respeito à pintura urbana que tem como objetivo dar cor e vida a espaços degradados e abandonados da cidade e, ao mesmo tempo, mostrar o trabalho de novos artistas nacionais e estrangeiros, especialistas em arte urbana, com técnicas diferentes, técnicas estas onde se destaca a pintura e colagem. Nas pinturas de maior dimensão é necessário o recurso a gruas e elevadores o que dificulta a execução dos trabalhos destes artistas.
Quando começaram a aparecer as primeiras pinturas as pessoas olhavam com alguma desconfiança e desdém para as mesmas. Mas, com o passar do tempo o que até então era desconhecido passou a ser motivo de admiração e até de passeio. Eu pessoalmente gosto desta arte.
A canção a “Tourada” foi uma forma de mostrar e passar a mensagem do descontentamento que se vivia na altura devido à repressão imposta por um governo de várias décadas de ditadura. Acabou por se tornar num dos símbolos mais marcantes da luta contra o poder até aí imposto. Influência ou não o que é certo passado dois anos o governo caiu, foi o fim da ditadura. A música foi uma maneira de se conseguir passar a mensagem de revolta. Na altura, o rádio e a televisão eram respetivamente ouvido e vista pelas pessoas sem terem medo das represálias impostas pela ditadura.

 Trabalho realizado por: Ana Cristina Santos Pelica Marreiros















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