“Aquilo que agrada ao nosso
gosto não é necessariamente uma obra de arte.”
Quando
se fala em arte temos tendência para pensarmos em alguma coisa bela
esquecendo-nos que o feio também está expresso nas obras de arte.
Por isso, ao observamos uma verdadeira obra de arte, ela pode ser
considerada muito bela e quando nós olhamos simplesmente não vemos
nada de belo, isto é, não vai de encontro ao nosso gosto.
E
ncontramos
vários exemplos de obras de arte na escultura, na música, na
pintura, entre outras.
Localizada na Praça Gil Eanes, esta escultura é da autoria de João Cutileiro. Inaugurada em 1973, perpetua a memória de D. Sebastião que elevou Lagos a cidade em 1573 e daqui partiu, em 1578, à conquista de Alcácer Quibir, na fatal expedição militar a Marrocos. Em torno do desaparecimento do rei formou-se o "Mito do Sebastianismo" que perdurou na memória do povo, na literatura e na filosofia portuguesa até aos dias de hoje. O povo recusando-se a encarar o trágico e fatal destino do rei, acreditava que este haveria de voltar num dia de nevoeiro.
http://www.cm-lagos.pt/portal_autarquico/lagos/v_pt- PT/menu_turista/cultura/cultura_patrimonio/artistico/arte_publica/
Pintura Muralista -
Arte urbana
“Portugal
está a transformar-se num dos países mais importantes desta arte,
porque há mais paredes, há mais liberdade, o que faz com que
artistas de renome sejam atraídos para realizarem trabalhos”
Edifícios
e muros devolutos da cidade de Lagos estão a ganhar “nova vida”
com mega pinturas.
Foi
uma das músicas que pretendia, clandestinamente, divulgar a
repressão que se vivia. A música interpretada por Fernando Tordo no
Festival da Canção em 1973 e escrita por Ary dos Santos, em 1972
foi um ataque bem sucedido, por ter obtido a classificação de 1º
lugar no festival, que se tornou um dos símbolos mais marcantes da
luta contra o poder vigente antes do 25 de Abril de 1974. Anteriores
a 1974 muitas das músicas são uma metáfora do que se passava com a
ditadura no país.
http://www.postal.pt/2015/09/arte-urbana-da-nova-vida-lagos/
Na música temos,
como exemplo, a canção “A
Tourada”
Foi
uma das músicas que pretendia, clandestinamente, divulgar a
repressão que se vivia. A música interpretada por Fernando Tordo no
Festival da Canção em 1973 e escrita por Ary dos Santos, em 1972
foi um ataque bem sucedido, por ter obtido a classificação de 1º
lugar no festival, que se tornou um dos símbolos mais marcantes da
luta contra o poder vigente antes do 25 de Abril de 1974. Anteriores
a 1974 muitas das músicas são uma metáfora do que se passava com a
ditadura no país.
Não
importa sol ou sombra
camarotes
ou barreiras
toureamos
ombro a ombro
as
feras.
Ninguém
nos leva ao engano
toureamos
mano a mano
só
nos podem causar dano
espera.
Entram
guizos chocas e capotes
e
mantilhas pretas
entram
espadas chifres e derrotes
e
alguns poetas
entram
bravos cravos e dichotes
porque
tudo o mais
são
tretas.
Entram
vacas depois dos forcados
que
não pegam nada.
Soam
brados e olés dos nabos
que
não pagam nada
e
só ficam os peões de brega
cuja
profissão
não
pega.
Com
bandarilhas de esperança
afugentamos
a fera
estamos
na praça
da
Primavera.
Nós
vamos pegar o mundo
pelos
cornos da desgraça
e
fazermos da tristeza
graça.
Entram
velhas doidas e turistas
entram
excursões
entram
benefícios e cronistas
entram
aldrabões
entram
marialvas e coristas
entram
galifões
de
crista.
Entram
cavaleiros à garupa
do
seu heroísmo
entra
aquela música maluca
do
passodoblismo
entra
a aficionada e a caduca
mais
o snobismo
e
cismo...
Entram
empresários moralistas
entram
frustrações
entram
antiquários e fadistas
e
contradições
e
entra muito dólar muita gente
que
dá lucro as milhões.
E
diz o inteligente
que
acabaram asa canções.
Com
estes exemplos consegui perceber e explicar que aquilo que agrada ao
nosso gosto pode não ser uma obra de arte ou pode não agradar aos
outros.
Sabemos
que a escultura de “El-Rei
D. Sebastião” veio substituir um vaso de flores até então ai
existente, a primeira reação da população foi “O que é ele tem
na cabeça? Parece um penique (penico)!” e, por fim, ficou
conhecida como “a estátua do maricas”. No entanto, o escultor é
uma pessoa conceituada a nível nacional e internacional. Este
escultor ficou conhecido como o escultor das formas provocadoras.
Para mim, esta estátua é um exemplo de como o feio também é arte.
No
que diz respeito à pintura urbana que
tem como objetivo dar cor
e vida a espaços degradados e abandonados da cidade e, ao
mesmo tempo, mostrar o trabalho de novos artistas nacionais e
estrangeiros, especialistas em arte urbana, com técnicas diferentes,
técnicas estas onde se destaca a pintura e colagem. Nas pinturas de
maior dimensão é necessário o recurso a gruas e elevadores o que
dificulta a execução dos trabalhos destes artistas.
Quando
começaram a aparecer as primeiras pinturas as pessoas olhavam com
alguma desconfiança e desdém para as mesmas. Mas, com o passar do
tempo o que até então era desconhecido passou a ser motivo de
admiração e até de passeio. Eu pessoalmente gosto desta arte.
A
canção a “Tourada” foi uma forma de mostrar e passar a mensagem
do descontentamento que se vivia na altura devido à repressão
imposta por um governo de várias décadas de ditadura. Acabou por se
tornar num dos símbolos mais marcantes da luta contra o poder até
aí imposto. Influência ou não o que é certo passado dois anos o
governo caiu, foi o fim da ditadura. A música foi uma maneira de se
conseguir passar a mensagem de revolta. Na altura, o rádio e a
televisão eram respetivamente ouvido e vista pelas pessoas sem terem
medo das represálias impostas pela ditadura.
Trabalho realizado por: Ana Cristina Santos Pelica Marreiros
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