quarta-feira, 27 de abril de 2016

“Aquilo que agrada ao nosso gosto não é necessariamente uma obra de arte.”

Após a leitura dos textos que me foram facultados, “Arte: como defini-la?” e “ A experiência estética”, verifiquei que a experiência estética está relacionada com a arte na medida em que a mesma está associada ao estético. Por outras palavras, mostra-nos como é necessário que tenhamos uma mente aberta, deixando para trás as convicções do que é belo, das cores ou das formas ditas normais.

A afirmação ”Aquilo que agrada ao nosso gosto não é necessariamente uma obra de arte” quer dizer, para mim, que cada pessoa é única e o sentimento envolvido para definir o seu padrão de gosto também é diferente.
Desde o início dos tempos que o ser humano possui a necessidade de expressar e traduzir as suas emoções, histórias e culturas através das artes.
Todo o ser humano tem os seus gostos, mas nem todos gostamos do mesmo, ou seja, o que para mim é belo pode não o ser para os outros, da mesma maneira que qualquer obra de arte poderá não ir ao encontro do meu gosto.
Para este efeito, dou como exemplo concreto um painel de azulejos do artista Rosário Silva, que se encontra em Lagos na parede do CTT.

                                         Painel de azulejos do artista Rosário Silva
         É um mosaico de cromatismo saturado que apresenta cores muito intensas e vivas. Um trabalho colorido com a qual me identifico no sentido estético assim como no tempo.
         Esta obra reporta à minha cidade, Lagos. No painel estão representados elementos naturais como a costa atlântica e as nossas bonitas praias, criaturas marinhas que remetem para situação geográfica de Lagos assim como envolve o tema que representa o ícone do CTT, um corneteiro a cavalo, simbolizando a velocidade, a ligação e a aproximação que conseguimos ao enviar uma carta. O que me diz bastante pelo facto de gostar, ainda hoje, enviar e receber cartas, apesar de utilizar as novas tecnologias.
      Para mim, é muito importante que ao observar uma manifestação artística esta me transmita sentimentos quer sejam positivos ou negativos e julgo que isto acontecerá com qualquer pessoa.
     Uma das situações que julgo como uma expressão artística é o trabalho de António Variações que considero um artista completo. Interpretava, compunha, cantava, de uma forma muito própria. Para muitas pessoas, é considerado um artista “à frente” no seu tempo e também incompreendido por muitas outras pessoas. Esta excentricidade está patente em quase todas as suas composições como por exemplo, 

                                   “Fiz dos teus cabelos a minha bandeira
Fiz do teu corpo o meu estandarte
Fiz da tua alma a minha fogueira
  E fiz, do teu perfil, as formas de arte”

 Excerto da canção – “Todos têm Amália na voz”
     Na minha opinião, só lhe foi dado o devido valor muito posteriormente. Quando eu era pequena muitos quadros pintei a minha mãe decorou a nossa casa com os mesmos e, até hoje, eles estão lá. Para ela são considerados grandes obras de arte. Transmitem-lhe muitos sentimentos.
    O mesmo acontece comigo, hoje em dia, pinturas, desenhos e outros trabalhos dos meus filhos são guardados e expostos como autênticas obras de arte, no entanto, reconheço que só o são para mim.
   Para concluir uma obra de arte depende do contexto histórico e cultural e do próprio significado ambíguo e discutível de arte.


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