quarta-feira, 27 de abril de 2016

Arte Urbana em Lagos e as Músicas que Despoletaram o 25 de Abril de 1974



 C.L.C.7 - Fundamentos de Cultura, Língua e Comunicação 
 
Manifestações artísticas diferenciadas
 
Importância da literatura na consolidação do património cultural e artístico de um povo  

Considera que a cultura artística tem impacto nas sociedades? Porquê?

Sim, a cultura artística tem impacto nas sociedades.
Porque a cultura artística é um conjunto de comportamentos, uma forma de transmitir ideias e formas de pensar próprias que retratam cada época e cada sociedade. Dou como exemplo a arte urbana ou “street art” que é a expressão que se refere a manifestações artísticas desenvolvidas nos espaços públicos. A arte urbana engloba todo o tipo de arte expressada na rua e normalmente descreve o trabalho de pessoas que desenvolveram um modo de expressão artística mediante o uso de diversas técnicas alternativas como moldes, posteres, adesivos, murais e grafite entre as mais importantes. Em geral este tipo de arte traz uma nova forma de comunicação através de texto, conteúdo e opinião social. A arte urbana, ao integrar os seus elementos em locais públicos muito movimentados, tem como objetivo causar um impacto nos espetadores e costuma ter uma mensagem subversiva (que contraria as ideias ou opiniões da maioria) e anarquista (contra a soberania ou a autoridade) criticando a sociedade com ironia e convidando à luta social, à crítica política ou, simplesmente, à reflexão. A maior referência da arte de rua é “Banksy”, artista ou artistas de identidade desconhecida com obras pelas principais cidades do mundo. Na minha cidade de Lagos, já se começa a ver este tipo de arte urbana expressa em muros e/ou fachadas de prédios. 




Um outro exemplo, o qual marcou a sociedade portuguesa através da cultura artística há cerca de 42 anos, foi uma operação militar que alterou o curso da História de Portugal, a qual foi desencadeada por duas canções com origens e vozes diferentes. A "Grândola Vila Morena" e "E Depois do Adeus" no 25 de Abril de 1974. A estratégia musical empregue na escolha das senhas da revolução foi delineada de forma brilhante. Otelo Saraiva de Carvalho indicou as duas senhas de transmissão radiofónica que despoletaram as operações militares da revolução que se seguiu: "Às vinte e duas horas e cinquenta e cinco minutos (22H55) do dia 24 Abril de 1974 foi transmitida pelos "Emissores Associados de Lisboa" uma frase indicando que faltavam cinco minutos para as vinte e três horas (23H00) e anunciando o disco de Paulo de Carvalho, "E Depois do Adeus"". O tema de José Afonso foi ouvido mais tarde: "entre as zero horas (00H00) e a uma hora (01H00) do dia 25 Abril de 1974, através do programa da Rádio Renascença, que transmitiu na seguinte sequência: Leitura da estrofe do poema "Grândola Vila Morena", "Grândola Vila Morena / Terra de fraternidade / O povo é quem mais ordena / Dentro de ti ó cidade"; Transmissão da canção do mesmo nome interpretada por José Afonso". "E Depois do Adeus" é um tema com letra de José Niza e música de José Calvário. A música e a palavra marcaram o arranque da revolução do 25 de Abril de 1974, mas passados 40 anos o tema de Zeca Afonso voltou a ter um cariz revolucionário, face aos tempos difíceis que se vivem, pois a música e a palavra continuam a ser veículo de utopia e de revolução, assim como a arte é uma espécie de respiração da alma, análoga à respiração física, sem a qual o nosso corpo não pode passar.





Ouvir as Músicas que despoletaram as operações militares da revolução do 25 de Abril nos seguintes "Links":
 "E Depois do Adeus" foi a canção que serviu de primeira senha à revolução de 25 de Abril de 1974. Com a transmissão de "E Depois do Adeus", pelos Emissores Associados de Lisboa às 22h55m do dia 24 de Abril de 1974, era dada a ordem para as tropas se prepararem e estarem a postos.
"E Depois do Adeus" um tema com letra de José Niza e música de José Calvário, interpretada por de Paulo de Carvalho;  

"Grândola, Vila Morena" é a canção composta e cantada por Zeca Afonso que foi escolhida pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) para ser a segunda senha de sinalização da Revolução dos Cravos. A canção refere-se à fraternidade entre as pessoas de Grândola, no Alentejo, e teria sido banida pelo regime.
"Grândola Vila Morena" canção do mesmo nome interpretada por José Afonso;


Trabalho Realizado por: Francisco Dias
22/04/2016





Sem comentários:

Enviar um comentário