C.L.C.7
- Fundamentos de Cultura, Língua e Comunicação
Manifestações artísticas
diferenciadas
Importância da literatura na consolidação do património cultural
e artístico de um povo
Considera
que a cultura artística tem impacto nas sociedades? Porquê?
Sim, a cultura artística tem impacto nas sociedades.
Porque a cultura artística é um conjunto de comportamentos, uma
forma de transmitir ideias e formas de pensar próprias que retratam cada época
e cada sociedade. Dou como exemplo a arte urbana ou “street art” que é a
expressão que se refere a manifestações artísticas desenvolvidas nos espaços
públicos. A arte
urbana engloba todo o tipo de arte expressada na rua e normalmente descreve o
trabalho de pessoas que desenvolveram um modo de expressão artística mediante o
uso de diversas técnicas alternativas como moldes, posteres, adesivos, murais e grafite entre as mais importantes. Em geral este tipo de arte traz uma nova
forma de comunicação através de texto, conteúdo e opinião social. A arte
urbana, ao integrar os seus elementos em locais públicos muito movimentados,
tem como objetivo causar um impacto nos espetadores e costuma ter uma mensagem
subversiva (que
contraria as ideias ou opiniões da maioria) e anarquista (contra a soberania ou a
autoridade) criticando
a sociedade com ironia e convidando à luta social, à crítica política ou,
simplesmente, à reflexão. A maior referência da arte de rua é “Banksy”, artista
ou artistas de identidade desconhecida com obras pelas principais cidades do
mundo. Na minha cidade de Lagos, já se começa a ver este tipo de arte urbana
expressa em muros e/ou fachadas de prédios.
Um outro exemplo, o qual marcou a sociedade
portuguesa através da cultura artística há cerca de 42 anos, foi uma
operação militar que alterou o curso da História de Portugal, a qual foi
desencadeada por duas canções com origens e vozes diferentes. A "Grândola
Vila Morena" e "E Depois do Adeus" no 25 de Abril de 1974. A
estratégia musical empregue na escolha das senhas da revolução foi delineada de
forma brilhante. Otelo Saraiva de Carvalho indicou as duas senhas de
transmissão radiofónica que despoletaram as operações militares da revolução
que se seguiu: "Às vinte e duas horas e cinquenta e cinco minutos (22H55)
do dia 24 Abril de 1974 foi transmitida pelos "Emissores Associados de
Lisboa" uma frase indicando que faltavam cinco minutos para as vinte e
três horas (23H00) e anunciando o disco de Paulo de Carvalho, "E Depois do
Adeus"". O tema de José Afonso foi ouvido mais tarde: "entre as
zero horas (00H00) e a uma hora (01H00) do dia 25 Abril de 1974, através do
programa da Rádio Renascença, que transmitiu na seguinte sequência: Leitura da
estrofe do poema "Grândola Vila Morena", "Grândola Vila Morena /
Terra de fraternidade / O povo é quem mais ordena / Dentro de ti ó
cidade"; Transmissão da canção do mesmo nome interpretada por José
Afonso". "E Depois do Adeus" é um tema com letra de José Niza e
música de José Calvário. A música e a palavra marcaram o arranque da revolução
do 25 de Abril de 1974, mas passados 40 anos o tema de Zeca Afonso voltou a ter
um cariz revolucionário, face aos tempos difíceis que se vivem, pois a música e
a palavra continuam a ser veículo de utopia e de revolução, assim como a arte é
uma espécie de respiração da alma, análoga à respiração física, sem a qual o
nosso corpo não pode passar.
Ouvir as Músicas que despoletaram as operações militares da revolução do 25 de Abril nos seguintes "Links":
"E Depois do Adeus" foi a canção que serviu de primeira senha à revolução de 25 de Abril de 1974. Com
a transmissão de "E Depois do Adeus", pelos Emissores Associados de
Lisboa às 22h55m do dia 24 de Abril de 1974, era dada a ordem para as
tropas se prepararem e estarem a postos.
"E Depois do Adeus" um tema com letra de José Niza e música de José
Calvário, interpretada por de Paulo de Carvalho;
"Grândola, Vila Morena" é a canção composta e cantada por Zeca Afonso que foi escolhida pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) para ser a segunda senha de sinalização da Revolução dos Cravos. A canção refere-se à fraternidade entre as pessoas de Grândola, no Alentejo, e teria sido banida pelo regime.
"Grândola Vila Morena" canção do mesmo nome interpretada por José
Afonso;
Trabalho Realizado por: Francisco Dias
22/04/2016
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